Dê adeus ao purificador de ar

Eu não sei quando exatamente virou moda usar purificador de ar para desodorizar ambientes. Mas a onda pegou, e o uso do purificador de ar saiu do residencial para todas as esferas da sociedade. Usa-se no local de trabalho, no consultório médico, na escola, na igreja, dentro do carro. Porque os odores que nós geramos são insuportáveis, certo? Precisam ser combatidos com a pletora química que esta disponível nas prateleiras do supermercado.

Um dos problemas com o uso desenfreado dos purificadores de ar ou neutralizador de odores, seja em forma de spray, plug-in ou velas aromáticas, é que eles não funcionam. Eles só mascaram o mau cheiro. Assim como uma bala não elimina o mau-hálito, mas somente da alívio por algum tempo, também o purificador de ar não ataca a raiz do odor. Agora imagine que pra controlar o cheiro ruim, voce fosse pegar compostos químicos que provocam asma, alergias, dor de cabeça, tontura e até cancer. Não faz sentido, né?

Entre os ingredientes tóxicos utilizados na fabricação de purificadores de ar estão os formaldeídos, etanol, fenol, fragrâncias artificiais oriundas do petróleo, álcool benzílico e 1,4 diclorobenzeno.  Há vários estudos que mostram a ligação destes compostos com os problemas de saúde acima citados, e o impacto é ainda maior em crianças. Se você se interessa pelo assunto, e quer saber mais, clique aqui.

A boa notícia é que há alternativas naturais para aromatizar a casa ou qualquer ambiente público. Bem fáceis de fazer, também. Veja abaixo:

• Para absorver cheiros fortes do ambiente como fritura, mofo, etc, nada melhor do que deixar uma xícara com bicarbonato de sódio ou vinagre em local estratégico (opção totalmente retrô; minha avó já deixava bicarbonato dentro da geladeira para evitar mau cheiro)
• Ferva 1 litro de água em fogo baixo com especiarias como cravo, canela, gengibre, alecrim, e mangericão; quanto mais tempo levar a fervura, mais o cheiro gostoso se espalha pelo local
• Ferva 1,5 litro de água em fogo baixo com 2 ou 3 limões cortados em 4 partes por até uma hora
• Faça o seus próprios sachets e pout-pourris com ervas secas (lavanda, camomila, etc) e óleos essenciais
• Tenha plantas em ambientes fechados que contribuem naturalmente para a purificação do ar
• Utilize velas de cera de abelha ou soja com aromas naturais para criar aquele ambiente
• Em uma garrafa spray, dilua 10 gotas do seu óleo essencial (ou mix) preferido em 500 ml de água e borrife quando necessario

O que não falta são opções para perfumar ambientes de forma natural e sem riscos a saúde. E de quebra, ainda sai mais barato.

Fontes:
http://www.naturallifemagazine.com/0810/airfresheners.htm
http://toxipedia.org/display/toxipedia/Air+Fresheners

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Gente bacana - Nuria Gracia Puigarnau

A proposta dessa seção, gente bacana, é apresentar aos leitores do blog algumas pessoas que moram no meu coração e que tem muito a dividir conosco. Para abrir essa seção de convidados especiais, ninguém melhor do que a minha querida amiga Nuria. Ela é espanhola de nascimento, mas já viajou pelo mundo, e numa dessas viagens nos encontramos no Canadá. O que mais me impressionou na personalidade dela foi a sua garra, e ao mesmo tempo um desprendimento do mundo material e fé na sabedoria universal para solucionar qualquer problema. Entre as bandeiras que a ativista Nuria carrega está a proteção aos animais e aos direitos da mulher. A luta é ardua, mas Nuria é uma guerreira, e são pessoas como ela que trilham o caminho para os que vem atrás. Para saber mais, visite a Nuria no seu blog ou página pessoal no Facebook.  Ela foi generosa conosco e dividiu uma receita especial. Confira abaixo!

El Revoltillo Leonor

por Nuria Gracia Puigarnau

Esta es una receta de los recuerdos de mi infancia, de mi abuela Leonor. No tuve la oportunidad de estar mucho con ella, ya que pasó cuando yo era pequeñita, pero siempre recuerdo sus extraordinarios guisos.

Eran esos tiempos donde aprovechaban todo y lo alargaban para poder dar de comer a 11 hijos. Donde lo que ahora conocemos como ecología y reciclaje era ‘el pan nuestro de cada día’.

Que graciosa me resulta esta moda, como novedad... por ello no puedo dejar de insistir la parte que ha de volver al ‘origen’.

En fin, es una receta muy nutritiva sencilla y que se prepara en poco tiempo, pero creedme está deliciosa!!!

Ingredientes para 4 personas:

• 300 gr de tomate (o en su defecto un bote de tomate natural)
• 4 huevos
• sal
• aceite

Preparación (aprox. 30 min):

1. Se rallan los tomates (o se abre el bote y se tritura)
2. En una sartén ponemos un poco de aceite y tiramos el tomate
3. Dejamos cocer a fuego lento, añadiendo una pizca de sal
4. Al cabo de unos 10 (máx 20 minutos, según nos guste el tomate más o menos hecho), tiramos los huevos y los vamos revolviendo con un tenedor de madera
5. Nada unos 2 minutos, sencillamente mirando que vayan cuajando
6. Lo ideal un punto crudo, pero lo mismo si te gusta más hecho lo tienes más rato

Servir:

La tradición es comerlo con pan, sin cuchillo ni tenedor, el propio pan hace de cuchara...

Así que elegid un buen pan.

Lo podéis poner de aperitivo, segundo plato... en la cena es ideal

Y lo mejor, si hay niños, les encanta!!

Evidentemente puedes luego jugar y poner tu toque.. alquimia!!

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Vida sem plástico

Olhe ao seu redor. Agora identifique na paisagem produtos que contem plástico na sua fabricação. A lista é grande e quanto mais você olha, mais ela aumenta. O computador, a mesa, a cadeira em que você está sentado(a), pequenos objetos como canetas, lapiseiras, fita adesiva, garrafa de água, telefone, a moldura do quadro, a lixeira, o saco plástico dentro da lixeira, e por aí vai.

Agora imagine se a partir de hoje, você nao fosse mais comprar nada novo que possui plástico na sua composição ou na sua embalagem. !!! Uau. Primeiro, é até difícil conceber essa ideia. Isso quer dizer nunca mais comprar escova de dentes? E depiladores descartáveis? Nunca mais comprar sorvete no supermercado? Calma, não deixe o pânico tomar conta. Só mais um exercício mental e eu chego ao ponto. Você já deve ter assistido filmes e produções de época que mostram como era a vida no passado. Pois então, imagine como a sua avó fazia para lavar o cabelo. Nada de xampú e condicionador em embalagem plástica, não. Sabão em barra. Se você for da minha geração ou anterior, vai lembrar que o mundo nao era tão 'plasticizado' até os anos 80. Que as compras do supermercado vinham em sacos de papel. Que o açougueiro cortava a carne e embalava em papel ou jornal. Enfim, o consumo de plástico era muito menor.

Foto: Chris Jordan

O plástico que é um subproduto do petróleo, leva até 500 anos para se decompor. Esse é o problema em utilizar tanto plástico na nossa vida: o lixo criado por produtos e embalagens descartadas vai continuar poluindo por muito tempo. Sem contar os efeitos nocivos nas cadeias alimentares de inúmeros animais que confundem objetos plásticos com comida, ou a interferência no habitat de muitos outros. Em ambos os casos, os efeitos são fatais.

Algumas pessoas tiveram a ideia e a coragem de dizer não ao plástico. Algumas fizeram isto por uma semana, outras assimilaram isto como um estilo de vida. Na verdade, não é tão difícil quanto parece e não é preciso cortar radicalmente todo o plástico a sua volta. Ao contrário, comece devagar, e confortavelmente, substituindo o plástico por outros materiais mais sustentáveis. Procure sempre por opcões duráveis e de qualidade, mesmo que às vezes custe um pouco mais, pois no longo prazo, você não vai ter que comprar o mesmo produto várias vezes.

Os hábitos mais fáceis de adotar são as sacolas de supermercado de tecido ou outro material renovável, que devem sempre estar ao seu alcance, por exemplo, dentro da bolsa ou do carro. Outra substituição que não traz muita dor é carregar a sua própria caneca. Ao invés de tomar suco de cana no copo descartável, peça pro moço encher a caneca que você trouxe. Mesma coisa na empresa. Se você carrega o seu almoço, tenha sempre uma colher, garfo e faca à mão, ao invés de usar descartáveis. E se abstenha dos canudos plásticos. Ah, quase ia esquecendo, passe menos vezes pela seção de salgadinhos e chips, para evitar a tentação de levar pra casa.

Para cortar o plástico ainda mais, você vai precisar fazer algumas coisas na cozinha. Coisas de comer. O pão, por exemplo. Se for comprado pronto, vem em uma embalagem plástica 90% das vezes, mas se você fizer o pão em casa, pode comprar farinha de trigo que vem em embalagem de papel. Isso também vale para o macarrão (não é difícil fazer em casa), e até para o sorvete. Como eu disse anteriormente, as mudanças devem ser introduzidas de acordo com a sua zona de conforto em mente. Mas mantenha o desafio constante; você vai se impressionar com os resultados.

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Leite de soja caseiro

Toda vez que passo pelas gôndolas de supermercado e vejo as embalagens de leite de soja, fico com vontade de comprar. Mas aí olho os ingredientes, e me lembro que tudo que é industrializado tem esse problema de precisar de colorantes, adoçantes, conservantes. Ah! Frustrante. Mas não tem problema não, porque há muito tempo atrás, minha mãe dividiu comigo a receita dela de leite de soja. É super fácil e o sabor do leite é, claro, muito superior ao comprado pronto.

Soja já hidratada

A soja é uma dádiva da natureza. É uma das melhores fontes de proteína de origem vegetal, muito superior às carnes (veja tabela comparativa abaixo). Além de rica fonte de proteínas, a soja possui isoflavonas, uma substância que se assemelha estruturalmente ao estrogênio, principal hormônio regulador das funções femininas, cujas quantidades caem drasticamente depois da menopausa. A soja está ainda ligada à prevenção ao câncer, às doenças cardiovasculares, osteoporose e diabetes. Mas como qualquer outro alimento, moderação é indicada.
 

Alimentos (Por 100g)	Proteína
Abacate	1.9g
Amêndoa	21.1g
Arroz integral	6.9g
Aspargo	2.9g
Atum enlatado	26.3g
Atum fresco	25.6g
Aveia	11.0g
Bacon	15.9g
Bananas	1.2g
Batatas	2.1g
Brócolis	4.2g
Camarão	17.0g
Caranguejo	18.1g
Carne de ovelha	19.9g
Carne de porco	19.3g
Cenoura	0.6g
Coco	3.33g
Ervilhas	5.9g
Espinafre	2.8g
Feijão cozido	9.5g
Humús	7.4g
Laranja	1.1g
Leite integral	3.3g
Leite parcialmente desnatado	3.6g
Linguiça de porco	13.9g
Lagosta	26.41
Ovos	12.5g
Pão integral	11.0g
Peito de galinha sem pele	23.5g
Peito de peru sem pele	22.3g
Peixe branco	17.9g
Picanha	20.9g
Queijo	30.9g
Queijo coalho	12.2g
Salmão	21.6g
Sardinha	21.5g
Semente de abóbora	28.8g
Semente de girassol	23.4g
Soja	35.9g
Tilápia	24g
Tofu	12.1g
Yogurt	4.5g

Fonte: Canadian Nutrient File

Pra fazer o leite de soja em casa, você só precisa de soja, de preferência orgânica, liquidificador, água, peneira e um pano de fralda ou pano de prato poroso.

Ingredientes:

• 1 xícara de soja
• Água para deixar de molho
• Açúcar ou mel a gosto
• 1/2 colher de chá de sal

Modo de fazer:

1. Coloque 1 xícara de soja de molho na noite anterior. No dia seguinte, a soja vai estar hidratada, e por isso ao invés de 1 xícara, agora há aproximadamente 2 xícaras de soja
2. Coloque 1 xícara de soja no liquidificador. Em velocidade baixa, acrescente aos poucos 3 xícaras de água fervente e vá aumentando a velocidade até que a soja esteja totalmente triturada (se o copo do liquidificador for pequeno, diminua a quantidade ao meio e também a água fervente proporcionalmente) 
3. Com a peneira forrada com o pano de fralda ou pano de prato, coe o líquido em uma panela alta, espremendo o pano com a soja para extrair o máximo de líquido, cuidando para não queimar os dedos 
4. Separe a parte sólida que ficou no pano em uma tigela
5. Repita o processo com o restante da soja
6. Quando todo o líquido estiver na panela, deixe ferver por 10 minutos (contando do ponto em que levanta fervura)
7. Desligue o fogo e deixe amornar
8. Descarte a 'nata' que se formou e acrescente o sal e mel a gosto (comece com uma colher de sopa e prove; o gosto não deve ser doce, mas sim levemente adocicado)
9. Guarde o leite de soja na geladeira por até 3 dias

Essa é a parte sólida chamada okara

A parte sólida da soja que sobrou é chamada de okara, e é a parte mais rica em proteína e fibras. Ela pode ser acrescentada em bolos, pães, sopas e faz um excelente hamburguer vegetal. Fique ligado(a) para a receita nos próximos dias.

Quase dois litros de leite de soja, sem nenhum tipo de aditivo

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Comece hoje o seu jardim

A primavera está quase chegando, e a terra está mais fértil do que nunca. Além de mato e ervas daninhas, a terra também dá frutos (eu sei que para alguns leitores isto é novidade ;D). Mas desde o êxodo rural, a maioria das pessoas perdeu o contato com a terra, e perdeu também o conhecimento sobre como cultivar plantas úteis para alimentação e uma boa saúde.

 
O Brasil hoje possui 84,36% da população residindo em áreas urbanas, segundo o censo 2010 do IBGE (este número é maior nos estados do sul e sudeste). Há uma tendência mundial na mesma direção, onde se vê o abandono da terra e das condições de vida do campo por uma vida mais confortável e quiçá mais satisfatória na cidade. Isto quer dizer que apenas 15,64% da população produz o que todo o restante consome em termos alimentícios. Em países do hemisfério norte, essa porcentagem é ainda menor. Isto causa uma dependência enorme por parte do povo da cidade. As pessoas na cidade não controlam preços e não sabem como cultivar alimentos.

Mas enfim, as razões pelas quais as pessoas começam a cultivar ervas, plantas e flores são diversas; eu vou focar este post em algumas delas. A primeira e mais importante é a segurança alimentar. Por segurança alimentar, entende-se a capacidade de acesso por todos a fontes alimentícias em quantidade e qualidade suficientes para atender as necessidades nutricionais diárias. Em outras palavras, quem tem um jardim ou horta tem acesso direto a alimentos frescos, nutritivos e quase sem custo.

A segunda razão para se ter um jardim é a qualidade dos alimentos produzidos. Todo mundo que já comeu a fruta no pé sabe que o sabor não se compara à fruta de supermercado. E a razão para isso é que para manter a aparência das frutas e vegetais intactos, a indústria abre mão de uma série de truques que acabam por deteriorar as qualidades originais do produto. Quem nunca escolheu a fruta mais bonita no balcão do supermercado e ao chegar em casa se deparou com uma fruta ressecada, sem sabor, ou em alguns casos até começando a apodrecer? Quem tem um jardim está livre desses problemas.

Um outro motivo para cultivar os seus próprios vegetais e ervas é que o contato com o solo age como um desestressante para muitas pessoas. A vida está mais corrida do que nunca, mas é importante parar e reservar um tempo para pensamentos e diálogo interno. O cultivo de plantas é ideal para isto.

E para aqueles(as) que moram em apartamento, ainda assim é possível plantar em casa. Basta encontrar um local arejado e bem iluminado para colocar os seus vasos. E não é preciso gastar com vasos; aproveite para reciclar materiais que já estão disponíveis e que de outra maneira iriam para o lixo. Abaixo, alguns links para ideias bem interessantes de vasos feitos com materiais reciclados:
Reciclagem de latas
Reciclagem de garrafas, copos e potes de vidro
Reciclagem de materiais inusitados
Reciclagem de calhas e pneus

Tudo bem, você decidiu que quer iniciar o seu jardim, e tirar proveito dos alimentos produzidos em casa. Mas você nunca plantou uma semente na vida. Por onde começar? Nesse caso, o ideal é começar com mudas de plantas vendidas em feiras e mercados públicos. Com um pouquinho de leitura, ou com uma conversa com a vizinha que já planta, é possível descobrir os passos básicos do cultivo de plantas. Um bom lugar para se iniciar a pesquisa é o site Cultivando. Também boas dicas no Cultivar Biodiversidade e no Como Tudo Funciona. Porém, não se restrinja a estes sites; há muito material na internet e sites especializados em cada cultura.

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Chai ou chá indiano

Nada melhor que uma boa xícara de chá no inverno. Chá é uma das minhas paixões, não há dúvida. O chá certo pode curar uma dorzinha de estômago (chá de gengibre ou hortelã), pode desintoxicar o corpo de impurezas (erva-mate), pode afastar os primeiros sintomas de gripe (guaco, limão e mel), curar ressaca (chá de boldo) e a lista segue longa.

 
O chai, ou chá indiano, tem sua origem no conhecimento ayurvédico, e era utilizado como uma bebida medicinal na Índia antiga. No começo do século XX, a Grã-Bretanha, que colonizava a Índia, decidiu que o povo indiano deveria consumir mais chá preto, e incentivou fábricas e minas a darem um intervalo aos trabalhadores para o consumo de chá, encorajando também os vendedores autônomos da bebida, comuns naquele país. Foram estes últimos que tiveram a ideia de misturar as especiarias ao chá preto, que era servido à moda inglesa, com açúcar e leite. Logo a bebida se tornou popular, e cada família preparava a sua própria versão em casa.

As especiarias normalmente utilizadas são o cardomomo, o gengibre, a pimenta-do-reino, a canela e o cravo. Há versões que incluem anis, erva-doce, noz-moscada e até açafrão. A base é normalmente o chá preto, mas há partes da Índia que utilizam o chá verde. Além disso, o chá é adoçado com açúcar (branco, mascavo, etc.), mel ou leite condensado, o que traz o sabor de algumas ervas. E um terço do líquido é leite, o que suaviza o sabor do chá.

Ingredientes:

• 6 xícaras de água
• 1 colher de sopa de cardamomo seco (inteiro)
• 1 colher de sopa de gengibre fresco, fatiado
• 1/4 colher de chá de cravo (inteiro)
• 1 colher de chá de pimenta-do-reino
• 1 pau de canela
• 3 saquinhos de chá preto
• Açúcar mascavo ou mel a gosto
• 2 xícaras de leite

Modo de preparo:

1. Em uma panela em fogo alto adicione a água, cardamomo, gengibre, cravo, pimenta e canela e espere até ferver
2. Reduza o fogo, e continue fervendo por mais 5 minutos
3. Remova do fogo e adicione os saquinhos de chá preto
4. Cubra a panela e deixe por 10 minutos
5. Peneire em um bule
6. Adicione açúcar e leite 

Entre as propriedades do cardamomo estão o combate a infecções, prevenção de doenças da garganta, e problemas digestivos. O gengibre é bom para gripes, tosse, resfriado. O cravo-da-índia é um poderoso antisséptico e anestésico natural. A canela reduz o açúcar no sangue. A sensação de tomar este chá é ótima: aquece e dá energia. E você? Qual o seu chá de inverno preferido?

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Eu reciclo, tu reciclas, o mundo agradece

Porto Alegre foi uma das primeiras cidades brasileiras a implantar a coleta seletiva de lixo, em 1990. De lá para cá, muita coisa mudou. Praticamente todo mundo sabe que o lixo é valioso, pode ser convertido em inúmeros outros produtos. Uma profissão lucrativa nasceu daí, os populares catadores de lixo, que recolhem latas de alumínio e garrafas de vidro para revenda. Além disso, o tópico reciclagem foi incluído no currículo escolar e toda criança que passa pela escola sai de lá sabendo do que se trata. Com o advento das redes sociais, pessoas criativas estão dividindo grandes ideias que utilizam materiais reciclados todos os dias. Parece que o trabalho acabou, né?

Infelizmente, não. Ainda há muitas cidades que não possuem infra-estrutura ou vontade política para iniciar uma coleta seletiva. E eu me refiro aqui a cidades grandes, capitais até. Essa estória que vou dividir com vocês aconteceu mesmo, quando morei em Manaus, em 2009. Não havia coleta seletiva na cidade. Todo o lixo era empilhado e recolhido pelo mesmo caminhão. Andando pela cidade, percebemos que havia um conjunto de cestas de lixo com diferentes cores, e as palavras plástico, papel, metal estavam impressas em cada uma delas. As tais cestas ficavam numa área de bastante tráfego e turismo na cidade. Foi aí que tivemos a ideia de separar o lixo em casa e trazê-lo para ser recolhido destas cestas. Se alguém na cidade estava dando esta opção aos turistas, por que não tirar vantagem?

Por um período de quase um ano, nós religiosamente separávamos o lixo e o levávamos até o local das cestas, uma caminhada de 10 minutos. Até que um dia a nossa ida até lá coincidiu com os garis recolhendo o lixo das cestas. Ao observar o processo, percebemos algo peculiar: todo o lixo era simplesmente jogado em um mesmo caminhão. Aí, ao falar com eles e perguntar sobre qual era o destino do lixo, ficamos abismados em saber que aquele lixo ia para o mesmo aterro sanitário que todos os outros iam. !!! O típico 'só pra inglês ver'. Todo o esforço foi em vão, sim, mas eu não me arrependo.

O fato é que reciclar é apenas uma etapa. Na verdade, é a última instância. Antes de colocar algo para reciclagem, o ideal é tentar reduzir o consumo de qualquer item que não seja absolutamente necessário. Mas fazer o quê? Alguns itens são indispensáveis. Nesse caso, a próxima etapa é reutilizar o 'lixo' produzido pelo item. Quando se trata de produtos de origem orgânica, como restos de vegetais e frutas, estes podem ser compostados; se o 'lixo' é inorgânico, procure encontrar uma nove utilidade para ele. Se é uma embalagem de vidro vazia, guarde para o futuro, pois você pode fazer geleia ou compota e vai precisar de recipientes. Ou pode reutilizar o vidro como um vaso de flores, e por aí vai. A criatividade é infinita. Mas se não foi possível reduzir ou eliminar o consumo, e não foi possível reutilizar o 'lixo', então coloque-o para reciclagem, considerando que esta exista em sua cidade.

E você? Qual a sua opinião sobre os 3 R's? Você aplica esses conceitos na sua vida?

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Creme hidratante

Talvez a última coisa que passe pela sua cabeça é preparar os seus produtos de beleza. Afinal de contas, é muito mais simples comprá-los prontos. E os comerciais e propagandas exibindo modelos perfeitas são sempre um estímulo a mais pra adquirir determinada marca. Mulheres são curiosas por natureza, querem experimentar produtos diferentes, e as opções no supermercado são quase infinitas (mas não se engane, a segmentação de mercado é uma tática utilizada por grandes corporações que criam diferentes marcas para atingir públicos específicos; por mais que a marca seja diferente, o lucro vai todo para a mesma multinacional). Então, que razões fariam com que você deixasse de lado a comodidade, e passasse a investir seu tempo criando seus próprios produtos?

1. Vai custar mais barato. Fazer em casa, assim como qualquer refeição, sai mais barato porque você comprou uma certa quantidade de ingredientes, que não vai ser utilizada totalmente, e por isso vai poder continuar fazendo por muitas vezes;
2. Você sabe exatamente o que o produto contem. Pegue qualquer produto de beleza que você possui e procure pela lista de ingredientes. A não ser que você seja engenheira(o) química(o), eu garanto que você não sabe (eu também não!) o que a maioria desses ingredientes são, e qual o impacto deles no seu corpo e no meio ambiente. E um dos motivos pra essa desinformação, é porque alguns desses ingredientes não foram ainda testados suficientemente para se chegar a alguma conclusão;
3. É possível mudar a fórmula para atender as suas necessidades específicas. Se você tem pele seca, há óleos que são mais indicados, assim como para pele oleosa ou com acne. Todo mundo é diferente, mas a as marcas no mercado não podem atender a diversidade, elas são feitas pras massas, por isso é tão difícil encontrar um produto que faz bem;
4. É divertido. É um pouco de cientista maluco e cozinheiro, juntando todos os ingredientes e preparando algo que vai nutrir a pele, cabelo, corpo, etc. Por que não reunir as amigas/família/filhas e fazer uma sessão?
5. A natureza agradece. Claro.

Pra celebrar a sua nova decisão de fazer esse creme hidratante em casa, aí vai a receita. Esse creme é de uma textura bem pastosa, sendo excelente para áreas ressecadas do corpo como joelhos, cotovelos, mãos e pés. Mas nada impede que seja utilizado em qualquer outra área do corpo, inclusive o rosto. Eu tenho usado no rosto (a minha pele é seca) por um mês, com efeitos ótimos.

Ingredientes:

• 1/4 de xícara de manteiga de karité
• 2 colheres de sopa de óleo
• 2 cápsulas de vitamina E (opcional)
• 15 gotas de óleo essencial (opcional)

Modo de preparo:

1. Derreta a manteiga de karité e óleo em um recipiente em banho-maria. 
2. Quando estiver derretido, retire do banho-maria e coloque o recipiente em um banho de água com gelo para dar uma resfriada. 
3. Acrescente a vitamina E e o óleo essencial, se for usá-los. 
4. Com uma batedeira de mão ou liquidificador de mão, comece a bater a mistura. 
5. Continue batendo por 5 a 10 minutos, ou até que atinja a sua consistência preferida. Não se preopcupe, mais cedo ou mais tarde, vai endurecer. 
6. Depois de pronto, transfira para um recipiente com tampa e use nos próximos 6 meses (a adição da vitamina E ajuda na validade mais longa do creme).

Algumas considerações sobre os ingredientes e customizações que você pode fazer:

Óleos para pele seca: óleo de abacate, azeite de oliva, óleo de amêndoas doces, óleo de coco
Óleos para pele oleosa: óleo de tamanu, óleo de jojoba, óleo de argan, óleo de prímula, óleo de gergelim
 Você pode utilizar 2 óleos (meio a meio), ou apenas um. É importante que seja tudo aquecido em banho-maria, ou a manteiga de karité fica empelotada. Se for difícil encontrar manteiga de karité, você pode substituir por manteiga de cacau, obtendo resultados parecidos. Quanto aos óleos essenciais, escolha um de sua preferência, como lavanda, ylang-ylang, bergamota, hortelã, etc.
O recipiente que você vai utilizar pode ser um antigo pote de creme ou outro pote vazio que esteja circulando pela sua cozinha. Reutilizar faz parte da estória.

Me conte os resultados, e qual os seus ingredientes preferidos!

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Kefir, a bebida da longevidade

Quem se lembra do kefir? Ou será que eu deveria dizer, quem sabe o que é kefir? Bem, eu me lembro quando minha mãe chegou na minha casa, em 2004 ou 2005 com a novidade, dizendo que os tais grãos eram benéficos à saúde de inúmeras maneiras, e que era fácil cuidar deles, pois eles só precisavam ser alimentados uma vez ao dia. Pra mim, soou como se eles tivessem vida - o que é verdade - e foi natural começar a chamá-los carinhosamente de 'os bichos'.

Minha mãe havia conseguido grãos com a tia Mari, e assim que eles se reproduziram o suficiente, ela os dividiu comigo. Mas afinal, o que é kefir (para aqueles que nunca ouviram falar)?

Kefir é uma bebida fermentada por bactérias e leveduras que se combinam simbioticamente. O kefir pode ser feito utilizando-se qualquer tipo de leite, incluindo soja e coco ou também pode ser feito a partir de água e açúcar, o que é ideal para aqueles que possuem qualquer intolerância ou alergia ao leite de origem animal. O sabor do kefir feito com leite de vaca é ligeiramente diferente do iogurte, pois as bactérias são diferentes e ao contrário do iogurte, o kefir tem ainda as leveduras. Para quem se interessar por uma leitura mais completa no assunto, consulte aqui e aqui em inglês.

Esse é um kefir de leite que eu estou adaptando à água com açúcar

Muitas pessoas atribuem qualidades ao kefir que ainda não foram demonstradas em laboratório. Diz-se que o kefir é excelente para uma série de males entre eles desintoxicação do organismo; problemas de digestão e intestinais; alergias; tumores; problemas renais; problemas de vesícula; contribui para um sistema imunológico saudável, entre outros. Enquanto a ciência fica a pesquisar, nada impede que a gente siga o que os habitantes do Cáucaso fazem há milênios (causa), e que chamou a atenção da comunidade científica pela avançada idade que este povo alcança (efeito): preparar e beber kefir.

Mas como se prepara a bebida? O primeiro passo é conseguir os gãos de kefir com alguém que os esteja doando.

Para fazer o kefir de leite:

Já de posse dos grãos, coloque o equivalente a 1 ou 2 colheres de sopa num recipiente não-metálico. Adicione 1 a 2 copos de leite de sua preferência. No sul do Brasil, como no inverno esfria bastante, pode-se amornar o leite (40ºC), com o objetivo de acelerar o processo. Após 24 horas, aproximadamente, o leite vai estar totalmente fermentado, com uma consistência mais firme. Basta então coar com um coador não-metálico. O produto coado é o kefir, e o que restou no coador são os grãos de kefir, que devem ser enxáguados e devolvidos ao recipiente não-metálico. Aí basta acrescentar mais leite para reiniciar o processo outra vez.

Para fazer o kefir de água:

Coloque 3 a 4 colheres de sopa de grãos de kefir e 3 a 4 colheres de sopa de açúcar mascavo num recipiente não-metálico. Adicione 1 litro de água. A bebida estará pronta após 48 horas. Basta então coar com um coador não-metálico. O produto coado é o kefir, e o que restou no coador são os grãos de kefir, que devem ser enxáguados e devolvidos ao recipiente não-metálico. Alimente 'os bichos' mais uma vez para reiniciar o processo.

Como o kefir de leite pode ser utilizado em qualquer receita que leva iogurte, as opções de como consumi-lo são enormes. Simplesmente batido com frutas, com granola ou cereal, com mel, banana e oleaginosas são algumas ideias. Já o kefir de água também pode receber a adição de sabores, mas é normalmente consumido em seu estado natural.

Produto encontrado em supermercados

Algumas empresas perceberam o sucesso do kefir nos últimos anos, e já é possível encontrá-lo à venda em supermercados. Para quem não tem acesso aos grãos é uma boa pedida, mas a graça está em mantê-los no balcão, parte da família.

E você? Usa kefir regularmente? Já ouviu falar? Qual a sua receita preferida?

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Pão com azeitona

Se existe um tipo de comida que eu adoro preparar, este é o pão. Eu aprendi a fazer pão caseiro aos 11 anos. Vinda de uma família que ao mesmo tempo precisava poupar, e também ainda mantinha laços com o campo, eu cresci observando minha mãe, avós e tias preparando muitas coisas em casa que outras famílias simplesmente compravam prontas no supermercado.

Aos 11 anos, eu não tinha muita técnica, e não me importava com a exatidão das medidas. Cada pão tinha um sabor diferente do anterior. Em geral, eles eram bem doces, mas minha mãe até elogiava - talvez fosse um incentivo para que continuasse ajudando nas tarefas domésticas.

 Desde aquela época, no entanto, eu imaginava como deveria ser a receita de pão d'água. Apesar de ser o pão mais comum no supermercado, era impossível recriá-lo em casa, e daí a vontade de saber mais.

Passei muito tempo sem fazer pão, mas há alguns anos atrás, com o advento da internet, e milhares de receitas ao meu alcance, senti vontade de fazer pães novamente. A moda agora são os pães artesanais, baseados em receitas francesas ou italianas, como o baguete, o focaccia e o ciabatta. Esses pães, que normalmente custam uma fortuna em padarias, podem ser feitos em casa com alguns equipamentos de fácil acesso.

Hoje, eu vou dividir com vocês uma receita de um pão diferente, artesanal, mas que não necessita de nenhum equipamento para ser feito. Só as mãos e a vontade. É o pão com azeitona.

Ingredientes:

• 1 colher de sopa de fermento instantâneo
• 200 ml de água morna
• 1 ovo
• 4 colheres de sopa de azeite de oliva
• 1 colher de sopa de açúcar
• 2 colheres de sopa de alecrim
• 3 copos de farinha
• 1 colher de sopa de sal
• 1 copo de azeitonas (pretas ou verdes) sem caroço

Modo de preparo:

1. Dissolva o fermento na água morna
2. Misture o ovo batido, o azeite, o açúcar e o alecrim e adicione à água e fermento
3. Adicione a farinha e amasse por 5 minutos
4. Deixe a massa descansar por 15 minutos
5. Adicione o sal e amasse por mais 5 minutos
6. Coloque a massa em uma bacia previamente untada com óleo. Cubra e deixe a massa crescer por 1 hora em um local morno (dentro do forno desligado é onde eu normalmente coloco)
7. Remova a massa. Amasse um pouco. Formate como preferir e coloque o pão na forma untada e enfarinhada
8. Cubra com um pano de prato e deixe crescer em local morno por mais 30 minutos
9. Acenda o forno em 200ºC e espere aquecer
10. Asse o pão por 45 minutos ou até que esteja dourado em todos os lados
11. Espere esfriar para cortar

Se você tiver uma pedra de pizza no seu fogão, ótimo, essa receita vai se beneficiar do calor extra. Se não tiver, tudo bem, funciona do mesmo jeito.

E então? Que tal preparar um pão caseiro hoje?

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